Notas
China - Primeiro papel moeda no mundo, dinastia Ming, 1ª emissão, 1375
A nível mundial, o primeiro papel moeda surgiu na China, no séc. VII, na dinastia Tang, para facilitar aos comerciantes o transporte de grandes quantidades de moeda de metal de baixo valor. Pode ver um exemplar de uma nota chinesa da dinastia Ming (1368-1699). Esta nota valia 100 moedas de bronze usadas no dia a dia, que pesavam 3,5 Kg.
Por debaixo encontram-se as penas que serão infligidas aos falsificadores. |
Banco do Brasil
Pela sua importância destacamos o primeiro papel moeda do Brasil. O Banco do Brasil foi criado por D. João VI, em 1808, sendo o primeiro Banco Português, pois nesta época o Brasil era uma colónia portuguesa.
Os gastos elevados da instalação da corte portuguesa no Brasil foram a causa imediata da criação deste banco, o quarto banco emissor a aparecer no mundo, precedido pelo Banco de Estocolmo (1656), Banco de Inglaterra (1694) e pelo Banco da França (1700). |
Banco de Lisboa
O primeiro Banco que existiu em Portugal Continental foi o Banco de Lisboa. Com funções comerciais e emissoras, nasceu em Dezembro de 1821. Iniciou a sua atividade com 5 mil contos de capital. Em Março de 1825 foi aprovada a abertura de uma filial no Porto e em 1846 o Banco de Lisboa fundiu-se com a Companhia Confiança Nacional, dando origem ao Banco de Portugal. D. Maria II sobe ao trono em 1834. Das principais medidas tomadas pelo seu governo é de salientar a introdução da máquina a vapor na indústria, a obrigatoriedade da instrução primária, a introdução do sistema decimal monetário e a criação do Banco de Portugal.. |
O papel utilizado no fabrico das primeiras notas foi fornecido pela Fábrica de Alenquer, passando depois a ser comprado em Inglaterra. As notas do Banco de Lisboa, são de extrema beleza. Foram desenhadas pelo famoso pintor Domingos Sequeira (acionista do Banco) que fez questão de nelas pôr toda a sua arte.
Bancos Emissores do Norte
A partir de meados do século XIX aparecem os Bancos Emissores do Norte, os quais obtiveram autorização para emitir notas. Entre eles, contavam-se o Banco Comercial do Porto, o Banco Mercantil Portuense, o Banco União do Porto, o Banco do Minho e o Banco Comercial de Braga. A pluralidade de notas representava alguma dificuldade ao exercício de um controlo geral da sua emissão. |
Entidades não bancárias
Para além do Banco de Lisboa, e dos Bancos do Norte, houve entidades não bancárias que emitiram papel-moeda. A União Comercial, a Empreza da Estrada de Lisboa ao Porto e a firma João de Brito, são exemplos de um fenómeno que ainda durou alguns anos.
A origem deste fenómeno é curiosa. Os documentos (notas) tiveram origem na entrega a clientes como “recibo” de adiantamento de quantias em dinheiro, para pagamento de encomendas futuras, quantias essas que venciam juros. Ao obterem autorização para serem transmitidas a terceiros e reembolsadas, foram consideradas “notas”.
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Banco de Portugal
A 19 de Novembro de 1846 é criado o Banco de Portugal. Começou por ser apenas mais um banco, sem o monopólio da emissão de notas. Desde o início da sua atividade que se tornou num dos principais credores do Estado e, em 1887, chegou mesmo a ser autorizado o estabelecimento de um acordo que lhe concedia as funções de banqueiro do Estado e de caixa geral do tesouro. No entanto, muitas instituições bancárias, entre os quais os bancos emissores do Norte, resistiram durante alguns anos a este monopólio. |
As primeiras notas do Banco de Portugal foram como que a continuação das do Banco de Lisboa. Impressas a uma só cor, sobre fundo branco, muito fáceis de imitar.
Com a finalidade de aproveitar o papel existente no Banco de Lisboa, o Banco de Portugal imprimiu as suas notas, durante mais de 28 anos, com a marca de água do antigo Banco emissor (até 1875). Até 1892 as notas emitidas pelo Banco de Portugal foram manuscritas. As notas tinham direito a reembolso (cobre, prata ou ouro) só podendo tal acontecer nas Agências do Banco de Portugal, de Lisboa, Porto ou Faro. No caso do Porto e Faro tinham carimbo identificador.
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A primeira grande revolução do século XX em Portugal foi a que levou à queda da Monarquia e à Implantação da República, em 5 de Outubro de 1910. O primeiro Presidente da República foi Manuel de Arriaga. A Implantação da República deu lugar a que se cunhassem novas notas e moedas, mas sem interromper o sistema decimal. Remodelou-se o sistema monetário, impondo-se o escudo como unidade monetária, em substituição do real. Em 1911 a moeda padrão passa a ser o escudo.
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Durante um período de quase 20 anos as notas de reis circularam simultaneamente com as de escudos, levando apenas a sobrecarga República inscrita. Circularam notas de 500, 2.500, 5.000, 10.000, 20.000, 50.000 e 100.000 reis.
O escudo esteve para se chamar Luso, chegou mesmo a haver maquetas com a inscrição “Luzo”. O nome de escudo apareceu com D. Afonso V que mandou cunhar os primeiros escudos. Assim se chamaram estas moedas porque apresentavam na face o escudo das quinas coroado.
Os anos que decorreram desde a II Guerra Mundial (1940-1945) até aos anos 80 constituíram um período importante para a História de Portugal.
Ao contrário de outros países europeus, a guerra não trouxe a queda da ditadura. As colónias portuguesas não obtiveram a independência. A Guerra Colonial arrastou-se por muitos e longos anos. A revolução de 25 de Abril de 1974 implantou a democracia, fez a descolonização e trouxe um desafio ao povo português: a recuperação do atraso económico e social em relação à Europa.
Durante o Estado Novo e a revolução do 25 de Abril de 1974, o Banco de Portugal continuou a emitir notas, normalmente retratando figuras históricas.
A nota que circulou com maior valor nominal foi a de 10.000 escudos.
A última emissão é de Maio de 1996 e foi concebida para comemorar os Descobrimentos Portugueses e os 150 anos de emissão do Banco de Portugal.
Foram emitidas notas de:
500$00 |
1000$00 |
2000$00 |
5000$00 | 10000$00 |
Estas notas circularam até 1 de Janeiro de 2002, data em que o euro passou a ser a única moeda da “Zona Euro”.
Banco Nacional Ultramarino
D. Luís I ficou conhecido como o "Rei Numismata". Foi ele que a 16 de Maio de 1864 assinou o decreto que criou o Banco Nacional Ultramarino, cujo primeiro presidente foi Francisco de Oliveira Chamiço. O Banco Nacional Ultramarino foi um dos principais responsáveis pela harmonização do sistema monetário nas colónias portuguesas. Após as primeiras notas emitidas pelas Fazendas locais, o B.N.U. ficou com oestatuto de banco emissor para as colónias. Foram também as potencialidades económicas e a cobiça de outros países por aqueles territórios que levaram as autoridades portuguesas a centralizar a emissão fiduciária. |
Em 1865, o BNU abriu a sucursal de Luanda e pôs em circulação a sua primeira emissão - "emissão tipo Succursal de Loanda". Estas notas expressas em "reis", circularam a par das notas da Junta da Fazenda da Província de Angola, que continuaram em circulação até 31/12/1900.
As primeiras notas emitidas para circular em todos os territórios ultramarinos portugueses foram manuscritas (à excepção de Guiné e Timor). Em Março de 1909 são uniformizadas as emissões para as cinco colónias de África, com a efígie do navegador Vasco da Gama. Nessa altura, as notas passaram a ter os mesmos valores, sendo apenas diferentes na indicação da província. Chamou-se a esta série " EMISSÃO VASCO DA GAMA".
A partir de 1910 as emissões do BNU são expressas em escudos. Em 1926, com a Junta da Moeda, passam a ser em "Angolares". Estes continuam no papel moeda do Banco de Angola até à Lei Orgânica de 1953, quando todos os valores passam a ser mencionados em escudos (unificação da moeda).
Alves Reis, uma burla quase perfeita
A partir de 1925 toda a gente falava dele. Políticos, militares, advogados, jornalistas e o simples homem da rua interrogavam-se como é que tinha sido possível tamanha ousadia.
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Passou 20 anos na prisão (1925-1945) e o seu processo jurídico era constituído por 75 volumes e 32 apêndices.